A baiana Emmily Rodrigues, que morreu após cair de um prédio em um bairro nobre da Argentina, se mudou para o país em 2018 e sonhava em trabalhar na área de dermatologia e estética. Segundo a família, a jovem de 26 anos largou o curso de Direito em Salvador e foi para Buenos Aires estudar medicina. Já as amigas dizem que ela foi para o país após começar um relacionamento com um argentino.
Sana Silva, amiga de Emmily que mora em Salvador, contou que ela conheceu o ex-namorado argentino em Morro de São Paulo, destino turístico da Bahia. Durante o relacionamento, ela se mudou para o país e lá cursou três semestres de medicina.
Após interromper a faculdade, Emmily fez cursos de estética e passou a trabalhar em uma clínica em Buenos Aires, que não teve o nome divulgado.
“Ela tinha vontade de ter um estúdio de estética e estava correndo atrás para realizar os planos. Era muito esforçada e sonhadora, sempre com o brilho nos olhos e vontade de ter as coisas dela”, contou a amiga da vítima.
Ainda de acordo com Sana, o relacionamento da baiana com o argentino terminou após os dois morarem juntos por cerca de três a quatro anos. Após o término, ela decidiu ficar no país.
“Eu sei que minha amiga não se jogou. Emmily bebia, mas não ficava bêbada ou louca, sempre estava ciente de tudo e de todos. Ela odiava brigas. Eu estou tentando entender como isso foi acontecer”, desabafou.
Joicy Cláudia, amiga de Emily que conviveu com ela em Buenos Aires entre 2020 e 2022, concorda com Sana. Ela conheceu a baiana no Réveillon de 2019, no litoral de São Paulo, através de uma amiga em comum. Um tempo depois, as duas se reencontraram na capital argentina e ficaram próximas.
“A gente sempre falava que ela era ‘classuda’, só bebia um pouco de vinho ou champanhe. Ela não usava drogas, então não faz sentido dizerem que ela teve um surto psicótico por causa das drogas e se jogou”, contou.
Joicy ainda contou que não conhece o empresário dono do apartamento onde Emmily caiu, identificado como Francisco Sáenz Valiente. Ela também disse que nunca ouviu falar em Juliana Magalhães Mourão, de 37 anos, uma brasileira que também estaria no apartamento na mesma noite.
Entenda o caso
O caso aconteceu na quinta-feira (30), em um prédio no bairro do Retiro, uma área nobre de Buenos Aires. Emmily foi achada nua no térreo do edifício.
De acordo com os jornais argentinos “Clarín” e “La Nación”, na quinta-feira Emmily jantou com o empresário e outros amigos. Depois do jantar, ela e pelo menos outras duas mulheres, uma brasileira e uma argentina, foram até o apartamento de Francisco.
Em uma conversa enviada para o G1, Joyci fala com uma amiga de Emmily que teria ido até o prédio onde ela caiu. A mulher conta que ficou pouco tempo no local e que só foi até lá porque teria sido obrigada por “Juli”, que seria o apelido da brasileira Juliana Mourão.
“Eu fiquei lá um pouco porque Juli meio que me obrigou e depois fui embora. Não sei em que momento isso aconteceu, estou em choque porque Emmily nunca se suicidaria”, contou.
Na versão do empresário, Emmily estava sob efeito de bebida alcoólica e se jogou de uma janela.
Segundo a imprensa local, vizinhos contaram que festas aconteciam com frequência no apartamento, e que era comum ouvir gritos vindos de lá.
Ainda de acordo com a imprensa, as mãos de Juliana estavam machucadas. “São sinais de luta”, disse a polícia. Sobre o estado físico de Francisco, as autoridades divergiram: parte afirmou que ele não apresentou ferimentos, enquanto outros disseram que ele tinha machucados e mordidas.
A família de Emmily não sabe se ela será enterrada em Salvador ou em Buenos Aires. Também não há informações sobre a data do velório.
Fonte G1 Bahia