Moradores da comunidade do Pateiro, na zona rural de Juazeiro, no norte da Bahia, denunciam que estão há quatro meses sem abastecimento de água potável e também sem receber carro-pipa da operação realizada pelo Exército. Com a situação, o grupo passou a economizar a quantidade que resta nas cisternas da região.
A água que a aposentada Iraci de Jesus utiliza para lavar a louça é de um poço e está totalmente imprópria para o consumo.
“Tem nove cisternas, todas seca. Para lavar os pratos, a gente usa a água insalubre do poço”, contou.
O pouco de água potável que tem na cisterna da casa de Iraci de Jesus foi comprada há dois meses e está perto do fim. A aposentada conta que o veículo da Operação Carro-pipa, implementada há mais de 20 anos para levar água potável a localidades que sofrem com a estiagem, não tem passado na região.
“Complicado demais não ter água. O Exército não botou mais água, de junho para cá ninguém teve água e é um sofrimento aqui”, desabafou.
O Exército brasileiro, responsável pela execução da operação, informou que os recursos disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento Regional só possibilitaram a realização das atividades até 16 de novembro. No entanto, os moradores da comunidade contam que sofrem com desabastecimento das cisternas por um prazo bem maior.
A trabalhadora rural Maria Aparecida disse que precisou pagar entre R$ 300 e R$ 400 pela água para poder realizar as atividades básicas dentro de casa.
“Quando a gente compra tem que economizar porque está há dois meses estourado”, relatou.
Os moradores da comunidade já tinham ficado sem água por um período no ano passado, mas a situação foi regularizada. Sem abastecimento pelo carro-pipa, a rotina tem sido difícil para os moradores.
Neste ano, em média 327 mil pessoas foram atendidas pelo programa por mês, em mais de 60 municípios da Bahia, segundo o Ministério de Desenvolvimento Regional. O órgão anunciou a liberação de um crédito suplementar no valor de mais de R$ 21 milhões para execução do programa.
A previsão é que a Operação Carro-pipa volte a normalidade em breve, mas por enquanto tem sido a água da chuva, que tem amenizado a situação de dezenas de famílias.
“Deus está mandando a chuva e está abastecendo as nossa cisternas”, disse a aposentada Veraldina Eduarda da Silva.
Reportagem em atualização
Fonte G1 Bahia
