O padrasto de Wellington Vinícius Santos de Jesus, morto durante um tiroteio na Chapada do Rio Vermelho, em Salvador, falou nesta quarta-feira (26), sobre a perda do jovem e revelou que teve acesso ao laudo da necropsia.
O homem, que preferiu não ser identificado, relatou que ficou ciente, por meio de testemunhas, que Welligton teria sido atingido por um disparo na perna. Entretanto, o laudo teria apontado que o jovem foi baleado sete vezes. O g1 não teve acesso ao laudo e a Polícia Militar não se pronunciou com relação à quantidade de disparos.
Ainda segundo o padrasto, Welligton foi atingido dentro de um carro durante abordagem da Polícia Militar, ao retornar de um jogo de futebol. A polícia nega a versão, disse que houve uma troca de tiros e que Welligton estava armado.
O jovem foi socorrido pelos policiais e teria sido mantido dentro do porta-malas da viatura por cerca de duas horas, conforme relato do padrasto.
”Quando ele chegou no HGE [Hospital Geral do Estado], e tiraram ele da mala do carro, ele tinha sete tiros. Ele foi socorrido com um tiro na perna, mas o laudo mostra sete tiros, inclusive um na cabeça”, contou.
Segundo o homem, outra jovem, que também foi baleada na ação, foi socorrida junto com Welligton e encaminhada para o HGE, mas o jovem só chegou ao hospital cerca de uma hora depois e com outros seis tiros.
O corpo de Welligton será sepultado na tarde desta quarta, na capital baiana. O padrasto da vítima informou ainda que ele trabalhava como mototáxi e motoboy.
”Junto com ele foram mortos uma mãe, um padrasto, sonhos. Ele era filho único”.
O que diz a Polícia
As versões do padrasto e da Polícia Militar são divergentes. O comando da Base Comunitária da Polícia Militar no Complexo do Nordeste de Amaralina, em Salvador, afirmou que o jovem morto estava armado e em um carro roubado antes do tiroteio.
Segundo moradores, Wellington estava na companhia de amigos após jogar futebol, quando a PM chegou no local atirando, na noite de segunda-feira (24).
O tenente Pitanga, comandante da base, disse que a equipe da corporação deu voz de parada a quem dirigia o veículo, mas não foi atendida.
Ainda segundo o tenente, os policiais só atiraram na direção do veículo em que Wellington estaria depois que os suspeitos atiraram novamente. O comandante não informou o que aconteceu com os homens que estariam com a vítima.
O tenente Pitanga informou também que a mulher atingida na ação estava passando na rua, no momento do tiroteio, o que coincide com a versão das testemunhas.
Fonte G1 Bahia