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ArtMap dissolve diretoria e deixa de administrar Mercado de Arte Popular

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Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

A diretoria da Associação dos Artesãos do Mercado de Arte Popular (ArtMap) foi dissolvida no último sábado (31), e não irá mais administrar o entreposto comercial, após 8 anos à frente da gestão.

A entidade está ligada à Secretaria Municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico (Settdec) e deve convocar eleições para a composição de uma nova diretoria em breve.

De acordo com o ex-presidente da ArtMap Ronildo Ramos, a diretoria da entidade foi dissolvida, devido à falta de diálogo com o governo municipal e a falta de apoio à gestão durante o período em que o grupo administrou o local.

“Nós passamos 1 ano administrando o MAP na Rua Olímpio Vital, em 2015, durante a reforma, e depois de reinaugurado foram mais sete anos, em uma gestão compartilhada com a prefeitura municipal. Apoiamos centenas de eventos culturais, no palco do Mercado de Arte. Os músicos, artistas, a imprensa, a comunidade em geral reconhecem nosso trabalho, então o mercado tomou uma visibilidade para Feira de Santana e o estado, que jamais tinha acontecido, com as diversas atrações culturais que passaram a ter no palco. Além disso, fizemos uma gestão de sucesso, porque o entreposto sempre teve problemas com administração de funcionários, questões trabalhistas, dívidas, entre outros, e nós tivemos a meta de sair sem nenhuma questão que envolvesse o financeira, dívidas, então tivemos mais de 30 funcionários durante esse tempo e não tivemos nenhuma questão trabalhista durante esse tempo, não devemos a nenhum fornecedor e tudo isso sem ter recurso público, pois nunca tivemos aqui uma emenda, verba, dinheiro mesmo, da prefeitura”, relatou Ronildo Ramos ao Acorda Cidade.

Ele destacou que apesar de ter conseguido realizar uma gestão de sucesso no Mercado de Arte, faltou apoio da prefeitura de Feira, sobretudo do prefeito Colbert Martins. Segundo ele, o prefeito só esteve no local no dia da reinauguração, em 2016.

“Consideramos uma gestão de sucesso e estamos felizes em concluir essa jornada, esse trabalho voluntário. Conseguimos também organizar aqui o espaço, e desde já agradecemos à prefeitura pelo apoio que deu, que a nosso ver não foi satisfatório, mas particularmente eu posso lembrar de Borges Júnior, que sempre foi uma pessoa presente, nos orientando, nos apoiando e ajudando como possível. E embora eu diga que fizemos uma gestão de sucesso. Nós entendemos que a prefeitura nos apoiou muito pouco, infelizmente não ouve as nossas demandas. Para se ter uma ideia, o prefeito Colbert Martins nunca apareceu aqui no Mercado de Arte, a não ser na época da reinauguração, que foi em 2016. Nós convidamos o prefeito várias vezes para vir aqui, conduzimos dezenas de ofícios pedindo apoio, e nunca fomos ouvidos, nem atendidos, então isso aí foi um pouco frustrante. A falta de apoio da prefeitura nos levou a ver se outro grupo consegue mais apoio, para que as coisas aconteçam a melhor contento aqui”, argumentou.

Ele reiterou que a diretoria está dissolvida e está tudo protocolado com os permissionários, principalmente com o permissionário que já recebeu a chave do Mercado de Arte como uma comissão provisória até a data de uma nova eleição, para uma nova composição da diretoria.

Cobrança Indevida

Outra razão que fez a diretoria desistir da administração, segundo Ronildo Ramos, foi o início de uma cobrança, que eles consideram indevida, pela prefeitura de Feira aos permissionários.

“Fizemos um apelo ao poder público por causa de uma cobrança que a gente acha indevida de DAMs (Documento de Arrecadação Municipal) retroativa ao tempo da pandemia. Essa é uma das nossas decepções com a prefeitura. Porque na época do lockdown, quando estava começando, a prefeitura nos isentou. Antes emitia o boleto, e o Departamento de Turismo era quem nos dava esse boleto, mas com o lockdown, a prefeitura nos isentou e colocamos isso na generosidade do prefeito, estávamos até gratos, mas de dois meses para cá começaram a vir cobranças já com notificação no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e tudo. Então tem permissionário aqui que está sendo cobrado em R$ 16 mil, de uma vez só, e já com o nome negativado. Tem outros que a dívida é R$ 10 mil, outros R$ 8 mil. São pessoas que vendem artesanato, e que não é tão fácil, e eles estão cobrando R$ 3 a 4 mil, e nós esperávamos que o prefeito tivesse isentado.”

O ex-diretor da ArtMap destacou em entrevista ao Acorda Cidade, que os permissionários estão com dificuldade financeira para cumprir com essa cobrança da prefeitura.

“Cada um paga pelo metro quadrado um valor diferente, então tem cobrança que varia de R$ 3 mil a R$ 16 mil, e não têm como pagar. E nós esperávamos que após a pandemia a prefeitura emitisse os boletos, inclusive nós procuramos a prefeitura para pagar, fomos até a Settdec, mas os boletos não estavam sendo emitidos, então nós achamos que a prefeitura estava compreendendo que estava havendo uma crise e que iria nos isentar, quando de repente vem aí uma cobrança absurda. Pedimos à prefeitura que suspendesse essa cobrança e até agora não tivemos retorno nenhum. É uma das nossas decepções nesta gestão atual que nos fez desistir dessa administração.”

Conforme Ronildo Ramos, o que foi dissolvida foi a diretoria que atuava na gestão do Mercado de Arte, mas a entidade irá continuar e deve recompor a direção.

“A Associação dos Artesãos do Mercado de Arte é uma entidade registrada com estatuto registrado e continua. Essa diretoria está sendo dissolvida. Será dada a baixa dos nossos nomes na instituição, mas ela continua a existir e certamente haverá uma recomposição.”

Fonte Acorda Cidade

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